Publicado em 28/12/2017 17h19

Argentina tem maior atraso de plantio da história

Verão argentino deve ser seco e caloroso
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Apesar das chuvas das últimas semanas, a escassez hídrica e a seca na Argentina continuam em muitas regiões e tem gerado uma atraso no plantio de safra de grãos 2017/18. Um relatório elaborado pela instituição Agroeducación revela que o La Ninã, ainda que atue de maneira sutil, já impacta a região com temperaturas acima do normal e chuvas escassas.

O plantio de soja na Argentina, terceiro maior produtor mundial atrás de Estados Unidos e Brasil, cobriu somente 70,9% dos 18,1 milhões de hectares projetadas para a atual, o que é a implementação mais lenta já registrada na história, diz o relatório feito por Pablo Pochettino, da corretora de grãos Intagro.

O problema é que dos 5,2 milhões de hectares que ainda serão implantados, cerca de 40% corresponde ao Norte da Argentina, que tem amplos focos de seca e a recuperação é urgente porque a janela de plantio se fecha a meados de Janeiro.

No milho, a perspectiva é similar: um atraso histórico no plantio do cultivo com somente 61,2% da área plantada dos 5,4 milhões de hectares estimado”, diz a Agroeducación.

“A falta de umidade na superfície dos solos do extremo norte do país impede a incorporação de um importante número de lotes. Por outro lado, frente às atuais condições climáticas os cultivos de primeira (data) se encontram transitando etapas chaves para a definição da produtividade com reservas hídricas irregulares”, diz o informe.

De acordo com a Agroeducación, “apesar de que os distintos centros meteorológicos não esperam que o fenômeno climático se expresse em todo o seu potencial, as condições estão dadas para que nosso país atravesse um verão seco e caloroso”.