Publicado em 12/12/2014 08h47

Abates de bovinos e suínos ganham fôlego no PR

Os bovinocultores e suinocultores paranaenses aqueceram o mercado de carnes entre julho e setembro de 2014 incrementando o número de abates no período, de acordo com a Pesquisa do Abate de Animais e Aquisição de Leite, Couro e Produção de Ovos, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE).
Por: Folha Web

boi e porco

No segmento de carne bovina, o Brasil abateu 8,4 milhões de cabeças no terceiro trimestre do ano, contra 8,8 milhões no mesmo período de 2013, uma queda de 4,5%, que interrompeu uma série de 11 sucessivos aumentos nos comparativos anuais dos mesmos trimestres. Já o Paraná - juntamente com Maranhão e Espírito Santo – ganhou novo fôlego nesse intervalo e conquistou um aumento de 8,5%: elevação de 30,3 mil cabeças abatidas e quase atingindo a marca de 400 mil animais.

Em relação aos suínos, o Estado acompanhou a ascensão nacional e aumentou em 2,9% os animais abatidos, ultrapassando 1,75 milhão de cabeças. Já os números do País saltaram exatos 3% e atingiram a marca de 9,6 milhões de cabeças, o melhor resultado de toda a série histórica iniciada em 1997. A região Sul respondeu por 66% do abate nacional de suínos, seguida pelas regiões Sudeste (18,7%), Centro-Oeste (14,2%), Nordeste (1%) e Norte (0,1%).

Apesar da melhoria dos números no trimestre avaliado pelo IBGE, a expectativa é que os abates para ambas as proteínas ainda feche o ano com deficit no Estado. A realidade dos levantamentos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná (Seab), aponta para um cenário mais retraído.

Entre janeiro e outubro, por exemplo, foram abatidos 905,2 mil bovinos no Estado, enquanto 2013 fechou em 1,4 milhão de animais abatidos. "O que aconteceu no trimestre avaliado pelo IBGE foi algo pontual. No caso dos bovinos, esse é um período em que aqueles produtores que não têm condições de manter os animais em confinamento ou suplementá-los no inverno acabam se desfazendo e mesmo colocando esta carne no mercado, o que justificaria o aumento de 8,5%. Mas no geral, o que vemos neste ano é uma redução dos abates pela falta de oferta de animais, desde os bezerros até as fêmeas, o que inclusive fez com que o preço da arroba se elevasse", avalia o técnico do Deral especializado em bovinocultura, Fábio Mezzadri. Entre janeiro e novembro, a arroba do boi gordo aumentou 21,7% no Paraná, atingindo a marca de R$ 136,4 no mês passado.

A melhor das expectativas, segundo ele, é que o número de bois abatidos feche o mesmo do ano passado. "O final do ano é sempre mais interessante, quando há uma melhora da oferta devido ao aumento do consumo. Já para 2015, nossa expectativa é de uma elevação interessante na produção de carne bovina, principalmente porque aguardamos ter animais mais produtivos, justificados pela profissionalização constante dos bovinocultores paranaenses", complementa.

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