Publicado em 14/12/2017 16h50

Juros baixos só devem chegar na metade de 2018

Mesmo com queda da Selic ao menor patamar de sua história
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Mesmo com a redução da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) essa semana para o menor patamar de sua história (7% ao ano), especialistas apontam que a oferta de crédito mais barata só deve chegar na metade do ano que vem. É a projeção, por exemplo, do economista Antônio Louro, da MB Associados.

De acordo com ele a redução dos spreads bancários na concessão de crédito só deve começar a ser sentido “a partir do segundo trimestre”. De acordo com Louro, o motivo é que a formação do spread é influenciada por outros fatores que não apenas a taxa básica de juros, como por exemplo o prêmio de risco pago no exterior pelas instituições que concedem crédito aqui.

“Se a economia mantiver o ritmo de crescimento, haverá recuo do prêmio pago no exterior. Aí sim, os bancos começarão a reduzir seus spreads”, afirmou Louro ao Portal da SNA (Sociedade Nacional Agrícola). Na avaliação do economista, os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve demorar um pouco mais a acontecer.

“Em primeiro lugar, o BNDES está mais seletivo e exigente na concessão do crédito. Além disso, a nova taxa de referência do banco, a Taxa de Longo Prazo (TLP), estrá referenciada a NTN-B, emitida pelo Tesouro e que é corrigida pela inflação. Já a antiga taxa, a TJLP, ficava mais atrelada ao comportamento da Selic”, explica Antônio Louro.

Grande parte do mercado aposta em novos cortes da Selic já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser realizado em fevereiro de 2018. Algumas instituições financeiras projetam que a taxa pode encerrar 2018 entre 6,25% e 6,5%.